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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


E se esse mundo fosse outro, e se você fosse outra, se seus amigos fossem outros, se seus pais fossem outros, se fosse outro o seu sangue, se te entregassem a vida como uma folha em branco, que história ia contar?
E se fosse em qualquer outro lugar, outros amores, outras bebidas, outros sabores, outros toques, outra razão, se a vida fosse uma canção, dessas que se canta quando a festa acaba e voltamos sozinhos pra casa?
Da ultima vez que a vi, resolvi enxergá-la, temos instinto, mas somos mais que isso, imaginei a ausência do seu sorriso, o frio, seu quarto vazio, e ninguém que a ouvisse como eu quis ouvir. Era uma noite como essa, numa cidade estranha como essa, o vento, o tempo estático, uma vida exatamente como essa, o paraíso distorcido, nossos sonhos jogados aos chacais...Era uma noite como essa, numa cidade fria como essa, mas ela estava lá, contando-me seus planos e medos, segredos surreais, era tudo bom demais pra eu estragar com minhas palavras... Somos mais que isso, somos tudo que é preciso, pra fazer a vida valer a pena, mas se não fosse ela, e seu olhar inocente e perdido, não teria passado de uma noite comum... Eu queria que chovesse, o barulho da chuva suplantaria o silencio, pensei em dizer que tudo daria certo, que a felicidade estava perto, dobrando a esquina, a nos procurar, queria abraçá-la, beijá-la sei lá, descobrir o que a faz sorrir, antes que ela descobrisse o que me faz chorar... Eu só não faço o tipo herói, mas ela também não é a vitima em perigo, só é alguém sem abrigo pedindo pra ficar, deram a ela um mundo muito pequeno, só da pra brincar... Minha personagem perfeita tem sentimentos, em alguns momentos ela parece esquecer, é culpa do mundo, do seu sangue, de seus pais, de seus amigos desleais, a culpa é dela, a culpa é dessa cidade estranha e fria, a culpa é de "deus"... Mesmo com tantos culpados, ela estava do meu lado, nada mudou... Minha personagem perfeita, já sangrou por amor, já viu a vida nos olhos de alguém, já teve sonhos e desistiu, já sorriu e chorou sem notar... Talvez tenha pensado em se matar... Se ela o fizesse muitos de vocês iriam invejar... Não era outro mundo, não era outra garota, não era outro sangue... Eu juro, a deixei na porta de casa, talvez não fosse um "lar", não era outro lugar, histórias deixam rastros indeléveis... Volto pra casa cantando uma canção, não importa. É quando todas as festas acabam que a minha começa, na folha em branco que me deram... Que chamo em meu intimo de vida, onde as coisas são como penso que são... O que vivemos é só o rascunho, a verdade é uma grande contradição.
Modelo: Ká/ Foto: Ká/ Postado Por: Gê Héros Delarge

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2 comentários:

  • Anônimo on 12 de dezembro de 2008 às 18:00

    As vezes desejo ter outra vida, deixar tudo que me condena em um vida passada e começar em uma folha branca a história mais linda que alguem possa escrever, mas sou tão grata as coisas que tenho, as pessoas que amo,as histórias vivida, e até com os aprendizado que tive ao errar.
    - o sentimento contraditório!

    acredito que é a verdade é uma grande contradição, mesmo por que nunca pensamos e falamos a mesma coisa a vida inteira

    Adorei
    Beiijo escritor!!

  • Mell on 16 de dezembro de 2008 às 19:26

    Gê, me encanto demais com o que escreve. Você realmente tem o dom, e já tá ganhando uma pequena grande fã que sou eu! rs bjão!

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